O mercado do café enfrenta um novo ciclo de reajustes a partir de abril, impactando tanto grandes marcas globais como as redes de cafeterias conhecidas pelo modelo 'low cost'.
O aumento ocorre devido à alta nos custos de produção e à elevação dos preços do grão nas bolsas internacionais.
De acordo com analistas do Itaú BBA, os preços do café devem permanecer em alta no próximo mês, impulsionados por uma combinação de fatores climáticos e logísticos que afetam diretamente a oferta da commodity. Empresas de diversos segmentos do setor cafeeiro já anunciaram ajustes nos valores dos produtos.
Na Coreia do Sul, por exemplo, a rede Compose Coffee e The Venti aumentou em seis vezes o preço do café gelado tipo 'americano'. O valor, que antes era de 300 wons (US$ 0,20), agora será de 1.800 wons (US$ 1,20). Outras marcas, como a multinacional Mega MGC Coffee, também aplicaram reajustes expressivos, com novos preços entrando em vigor a partir de 21 de abril.
A Starbucks Korea também revisou sua tabela de preços no início do ano, aumentando o valor de 22 tipos de café e outras bebidas. O movimento segue uma tendência global, com reajustes significativos nos Estados Unidos, Europa e Brasil.
O relatório do Itaú BBA destaca que o clima quente e seco afetou as lavouras de café arábica e robusta entre fevereiro e a primeira quinzena de março, comprometendo o desenvolvimento dos grãos e reduzindo o rendimento das sacas. Embora haja previsão de chuvas nos próximos dias, os impactos na safra já são visíveis.
A escassez de café remanescente da safra 2024/25, aliada ao alto diferencial de preço entre o mercado brasileiro e a Bolsa de Nova York, sugere que os preços seguirão elevados no curto prazo. Com um mercado doméstico mais atrativo do que o internacional, as exportações podem ser impactadas.
Para a safra 2025/26, projeções indicam um possível desequilíbrio entre produção e consumo global. Caso o crescimento da demanda fique abaixo dos 3% esperados, o déficit inicialmente previsto pode se tornar um superávit de 3 milhões de sacas. No varejo brasileiro, pacotes de café tradicional seguem custando acima de R$ 35 por quilo, mas os aumentos parecem ter desacelerado diante da menor disponibilidade de produtos e da crescente presença de marcas premium e especiais nas prateleiras.
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