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Por que o café está caro? Entenda os fatores que influenciam o aumento no Brasil e no mercado internacional

Fatores climáticos, baixa produção e exportação são os principais responsáveis pela elevação no valor do grão. Expectativa é de novos aumentos ao longo de 2025.

05/02/2025 às 18h06
Por: Mara Braun
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Por que o café está caro? Entenda os fatores que influenciam o aumento no Brasil e no mercado internacional

Preço do café segue em alta: entenda os fatores por trás do aumento

O preço do café no Brasil não para de subir e, de acordo com especialistas, essa tendência deve continuar em 2025. A alta já era visível no final de 2024, com uma elevação de até 39,6% no valor do quilo de café, e deve se manter durante este ano. O preço da saca de café, especialmente o café arábica, está batendo recordes históricos, refletindo uma combinação de fatores que afetam tanto a produção quanto o consumo nacional e internacional.

Causas da alta

A primeira grande razão para o aumento do preço do café é a redução na produção nacional, que deve ser 4,4% menor em relação à safra anterior. Esse recuo é em grande parte atribuído às condições climáticas desfavoráveis, que afetaram a qualidade das lavouras e geraram problemas no desenvolvimento das plantas. O Brasil, maior produtor de café arábica do mundo, viu suas lavouras sendo afetadas por períodos de estiagem e altas temperaturas, fatores que aumentaram os custos de produção.

Além disso, o mercado internacional também desempenha um papel importante. A alta dos preços no mercado externo, com a cotação do café arábica atingindo recordes históricos, tem incentivado os produtores a exportar mais, reduzindo a oferta interna e, consequentemente, elevando o preço do grão no mercado doméstico.

Impacto nas exportações e no mercado interno

Os números das exportações brasileiras de café em 2024 revelam um aumento significativo. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) registrou 50,44 milhões de sacas de 60 quilos exportadas, o que representa um volume recorde. Esse aumento nas exportações é um reflexo da alta demanda internacional, especialmente em mercados como o dos Estados Unidos e da Europa, onde a escassez de oferta devido aos problemas climáticos em outros países produtores, como Vietnã e Indonésia, tem aumentado a pressão sobre o preço global.

No mercado interno, a alta no preço do café é sentida diretamente nas prateleiras dos supermercados, com o produto apresentando aumentos sucessivos. O IPCA-15, indicador que antecipa a inflação oficial, registrou um aumento de 7,07% no preço do café entre dezembro e janeiro, o que coloca o produto entre os alimentos com maior elevação de preço, ao lado de itens como o tomate. A estimativa é de que o preço continue subindo ao longo de 2025, impactando o bolso do consumidor.

Previsões para 2025

A previsão para a safra de 2025 também é preocupante: a produção deve cair para 51,8 milhões de sacas, uma diminuição de cerca de 6% em relação ao ano anterior. Isso, somado à alta do dólar, que favorece as exportações, deve resultar em uma oferta mais restrita para o mercado interno. Como consequência, os preços do café no Brasil devem continuar a subir, impactando tanto o consumidor final quanto os custos de produção.

Especialistas indicam que o mercado de café enfrentará um cenário desafiador não apenas no Brasil, mas também mundialmente. A expectativa é de que as safras no Brasil e em outros países produtores continuem a ser afetadas por fatores climáticos e pela pressão das exportações. Isso pode resultar em mais aumentos de preços e em uma maior escassez de café no mercado, gerando dificuldades tanto para o consumo interno quanto para o abastecimento das exportações.

O café, uma das bebidas mais consumidas no Brasil e no mundo, está se tornando cada vez mais caro, e as previsões indicam que o preço continuará a subir em 2025. Os fatores climáticos, a redução na produção, e o aumento das exportações são os principais responsáveis por essa alta, que deve pesar ainda mais no bolso dos brasileiros nos próximos meses. Resta saber como esse cenário impactará o consumo interno e a dinâmica do mercado mundial de café.

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