Nesta quinta-feira (17), a ferramenta que ajuda a identificar previamente a chegada de uma das principais doenças da cultura da soja detectou a presença de focos de esporos de ferrugem asiática no coletor localizado na cidade de Arapoti, na região dos Campos Gerais. O equipamento que encontrou a presença dos esporos no ar é do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e foi o primeiro entre os municípios da região de Ponta Grossa a registrar uma ocorrência da doença.
O monitoramento de campo do IDR conta com 257 coletores distribuídos no Paraná e que identificam a flutuação de esporos no ar. O equipamento é composto por um cano de PVC, com cerca de 100 milímetros de diâmetros, com uma abertura traseira que forma uma aba que permite a abertura frontal com a força do vento, e que capta os esporos em uma espécie de lâmina.
“A detecção encontrada no coletor de Arapoti nos mostra que existem esporos na região e que devemos redobrar os cuidados com a doença, fazer vistorias nas lavouras e quando necessário, realizar o manejo químico”, explicou o engenheiro agrônomo e assessor do projeto Grãos Sustentáveis na região de Ponta Grossa, Danilo Augusto Scharr.
A identificação de esporos da ferrugem asiática no ar não significa, necessariamente, encontrar sintomas da doença nas plantas, no entanto, de acordo com Scharr, é imprescindível para que o produtor redobre os cuidados com a lavoura de soja, realize inspeções foliares frequentes e diminua a necessidade de manejo químico com produtos. “O nosso objetivo é usar os coletores para que o manejo químico seja feito apenas quando sejam detectados esporos nos coletores para que se reduzam as aplicações, refletindo em maior rentabilidade para o produtor e menores danos ambientais”, ressaltou o especialista.
Neste mês de dezembro, o sistema do Consórcio Antiferrugem da Embrapa identificou ainda pontos com focos de esporos de ferrugem asiática com sintomas em plantas nas cidades de Castro e Carambeí, também na região dos Campos Gerais.
A ferrugem asiática é uma doença capaz de provocar perdas de até 90% da produtividade do grão. De acordo com o IDR, para controlar e prevenir a doença, as melhores ações a serem realizadas são: cumprir o vazio sanitário de pelo menos 60 dias sem o plantio de soja; utilizar cultivares com genes de resistência; realizar semeadura no início da época recomendada; e realizar o controle químico com fungicidas. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Os sintomas incluem pequenas pontuações verde-claro a amarelo-claro, que se tornam marrom-claro.
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