O turismo rural ganhou novos ares no Paraná nesses tempos de pandemia do Coronavírus. A crise econômica fez com que as famílias de propriedades rurais apostassem em novas formas de ampliar suas fontes de renda, e alguns empresários do setor investiram em mais atrativos para chamar a atenção do público. Áreas degradadas foram recuperadas e explorações turísticas com respeito ao meio ambiente ganharam mais corpo.
A região de Ponta Grossa é considerada no setor turístico como a região das ‘Cachoeiras Gigantes’ e é também um dos cinco produtos do Paraná que servem de âncoras para atrair o turista, de acordo com o Governo do Estado. O Paraná está mapeado em 14 regiões turísticas. Neste ano pandêmico, Ponta Grossa foi a primeira cidade do Paraná a liberar parques e áreas naturais para visitação. Isso ainda em agosto, já que desde março, com as restrições impostas para evitar a proliferação do vírus, esses ambientes estavam fechados. Conforme o secretário municipal de Turismo, Edgar Hampf, desde então, a Prefeitura constantemente atua junto aos empreendedores para incentivar, estimular e apoiar novos produtos.
“A cidade tratou o turismo rural como essencial, investindo em informação, adequação e sinalização. A consolidação dos atrativos naturais se somou à oferta de novos produtos e serviços, atendendo a uma demanda bastante expressiva e crescente. A combinação de estruturação, acesso adequado, boa sinalização e serviços de qualidade vem sendo utilizada como paradigma. A primeira das dificuldades para se tornar o turismo rural operacional e lucrativo, que era a profissionalização e a diversificação, começou a ser superada em 2020. Por exemplo, ainda não temos um balanço formal do período, mas um só ponto de visitação turística guiada recebeu no mês de setembro mais do que a projeção de visitantes feitas para todo um ano sem pandemia”, destaca o secretário.
Perspectivas para o próximo ano
Segundo Edgar, as perspectivas para o próximo ano são boas, mesmo diante da necessidade da consolidação de iniciativas, fortalecimento de serviços e oferta de novos produtos.
“Conexões com estradas melhores, polos de desenvolvimento turístico e profisisonalização/eficientização aceleradas permitem antever mudanças significativas nesse setor, já nos próximos meses. Temos a perspectiva de que haja uma grande expansão na oferta de serviços turísticos conectados aos produtos já existentes”, ressalta.
Como aproveitar de forma segura?
As recomendações da Secretaria Municipal de Turismo para as pessoas aproveitarem com segurança as visitações do turismo rural são: evitar aglomerações; utilizar equipamentos de segurança quando em contato com outras pessoas, especialmente máscara e álcool gel.
“Também é recomendável programar visitas, de modo a poder explorar os atrativos com um mínimo de desconforto e um máximo de prazer. Neste momento, a indicação ainda é pelo transporte próprio e, em função disso, devem ser tomados todos os cuidados relativos à circulação em automóveis, motos e bicicletas, especialmente o emprego de itens de segurança, revisões periódicas e a condução consciente, nunca após a ingestão de bebida alcoólica, por exemplo”, orienta Edgar, que também é o secretário especial do Comitê de Crise do Município.
Conforme o secretário, alguns dos locais seguros e recomendáveis para a visitação em Ponta Grossa são a Fazenda Capadócia, Buraco do Padre, Parque Vila Velha e Furnas Gêmeas.
Viaje Paraná
O Programa Viaje Paraná, desenvolvido pelo Governo do Estado busca fomentar o turismo, possibilitando que o visitante, por exemplo, faça um roteiro que o leve do Parque Vila Velha à Foz do Iguaçu, no oeste paranaense, onde ficam as Cataratas. Dessa forma, há a possibilidade de os turistas conhecerem outros destinos em menos tempo e em segurança. A estimativa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo é a de que o tempo de permanência no Paraná cresce de três para pelo menos dez dias.
Com o desenvolvimento do setor, há a possibilidade de criar um conglomerado de propriedades que exploram a atividade e ampliar a conectividade entre os paranaenses e os atrativos, já que os empreendimentos de turismo rural estão inseridos no projeto.
“O Estado cria instrumentos para dar segurança jurídica e técnica ao empreendedor que, regularizado, pode buscar financiamentos para expandir seu negócio. Ele aumenta sua renda e gera emprego”, diz o secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes. “O turista bem recepcionado divulga o local e o dinheiro que entra fica no município, trazendo desenvolvimento e qualidade de vida”, completa.
No Paraná, as principais regiões turísticas são: O Coração da Grande Reserva da Mata Atlântica (Região de Curitiba), Corredor das Águas (Região da Tríplice Fronteira), Angra Doce (Norte Pioneiro), Portal da Ilha do Sol (Hard Rock/Primeiro de Maio) e Cachoeiras Gigantes (Região de Ponta Grossa).
Pontos turísticos da região
O Campos Gerais Rural mapeou alguns dos pontos de turismo rural da região. Confira:
Ponta Grossa: estrada do Carraro (Alagados), trilha do Pitangui, Caminho da Santa, Tacinha do Alagados, Escarpa Devoniana, Buraco do Padre, Fenda da Freira, Mariquinha, Pedra Grande (Itaiacoca), Parque São Jorge, Cachoeira Peral, Recanto das Curucacas, Furnas Gêmeas, Parque do Vila Velha;
Tibagi: Cânion Guartelá, Fenda do Nick, Trilha do Apertado (Parque Estadual do Guartelá), rafting do Rio Tibagi, Cachoeira Puxa Nervos, Parque Itáytyba Ecoturismo, Cachoeira Santa Rosa, Fazenda São Damásio, Reserva Particular do Patrimônio Natural Itaytyba, Morros do Jacaré;
Castro: Fazenda Capão Alto, Salto da Cotia, Morro do Cristo;
Carambeí: Parque Histórico de Carambeí
Palmeira: Recanto dos Papagaios, Rancho da Guaiaca;
Prudentópolis: Salto São João (cachoeira);
Jaguariaíva e Sengés: Parque Estadual do Cerrado;
Telêmaco Borba: Parque Ecológico da Klabin
São João do Triunfo: Canyons do Rio Jaguariaíva, cachoeira Arco Íris;
Arapoti: Trilha do Monge João Maria, Trilha do Mel, Ruínas da Casa Grande, Cachoeira da Fenda, Cachoeira Arauco;
Teixeira Soares: Capão da Onça;
Porto Amazonas: Cachoeira do Panelão.
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