Carne bovina para churrasco tem aumento médio de 30% em um ano no Paraná
Um dos condicionantes é o crescimento no preço da arroba do boi, que acumula a maior alta desde 1995
Com a chegada do fim de ano e a proximidade das comemorações de Natal e Ano Novo, a demanda pela carne bovina, tende a aumentar. Porém, neste ano, os churrascos entre as famílias podem ficar comprometidos; tanto pelas restrições impostas pela pandemia do Coronavírus, quanto pela alta dos preços da carne do boi ao longo do ano. Alguns tipos de cortes preferidos para as comemorações, como a alcatra, o contrafilé e a costela, registram um crescimento de uma média de 30% em um ano, no Paraná, e essa alta pode influenciar as compras do consumidor no fim do ano.
A alcatra, por exemplo está com um preço médio no estado de R$ 39,49, o quilo, no mercado varejista. Em um mês, o valor aumentou em 12,6% e em um ano o crescimento do preço cobrado pela carne está em 25,4%, de acordo com os dados de preços, divulgados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Em novembro de 2019, o valor médio no Paraná era de R$ 31,49.
O contrafilé é outro corte que está com o maior preço desde o início do ano. Com um preço médio de R$ 33,97 no estado, o valor cobrado dos consumidores no mercado varejista aumentou em 7,9% em um mês, em 19,4% entre janeiro e novembro, e em 32,1% em um ano. Em novembro de 2019 o contrafilé custava cerca de R$ 25,71, o quilo, no Paraná.
A costela, que geralmente é uma das carnes mais baratas compradas por quilo, também registra um crescimento ao longo do ano. De janeiro a novembro de 2020, o aumento da carne está em 26% e, de novembro de 2019 ao mesmo mês de 2020, o crescimento do preço varejista está acumulado em 32%.
Além desses cortes, também vale destacar o preço do acem, uma carne geralmente utilizada para cozinhar na panela de pressão. Em um ano, o valor do corte cresceu em 52% no Paraná, conforme os dados disponibilizados pela Seab. Atualmente, um quilo do acem custa em média R$ 26,10 no mercado varejista paranaense.
Quais as causas?
Uma das causas para o aumento do preço cobrado ao consumidor está a alta no preço da arroba do boi gordo. Segundo os dados da Seab, no último relatório semanal divulgado neste mês de novembro, o preço recebido pelo produtor pela arroba é de R$ 279,06. Esse é o maior preço já registrado desde 1995. No ano, esse valor aumentou em 51%. Em novembro de 2019, o valor era de R$ 185,10.
Segundo o boletim de conjuntura agropecuária produzido semanalmente pela Seab, aliados ao crescimento nas cotações da arroba, destacam-se também o “crescimento nas exportações (especialmente para a China), oferta reduzida de animais prontos para abate (estiagem prolongada, atraso na engorda), acréscimo nos custos de produção (especialmente de insumos utilizados na alimentação dos animais como a soja e o milho), aumento do consumo interno em alguns momentos da pandemia, alta nas categorias de reposição como boi magro e bezerros, entre outros”, ressalta o documento, que contém a análise do médico veterinário, Fábio Mezzadri.
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