A estiagem que atinge o estado do Paraná tem preocupado os produtores, por conta das altas temperaturas e a baixa umidade registrada na maioria dos dias. Nesta semana, algumas regiões foram beneficiadas com a volta das chuvas, mas, a quantidade de precipitações ainda é pouca para anular os efeitos da estiagem. Essas condições acentuam a necessidade de os produtores protegerem o solo para evitar perdas nas plantações, principalmente neste período de plantio da soja.
O engenheiro agrônomo e assessor do projeto ‘Grãos Sustentáveis’ do Instituto de Desenvolvimento Rural, na região de Ponta Grossa, Danilo Augusto Scharr, realiza assistência técnica aos produtores e orienta algumas ações a serem tomadas. Conforme o agrônomo, três procedimentos são essenciais para a proteção do solo e para manter a umidade da terra, mesmo com a estiagem: o escalonamento do plantio, a rotação de culturas e a manutenção do sistema de palhada no sistema de semeadura.
“O escalonamento do plantio permite que o produtor possa plantar a soja ou outros grãos em semanas diferentes. Se ele faz isso, corre menos risco de perdas significativas, porque haverá diferentes estágios da produção. Outra indicação é também optar pelo plantio de culturas intercalares. Por exemplo, os dois principais plantios na região são do trigo e da soja. Soja é agora no verão e trigo, geralmente, no inverno. Entre os dois há uma janela, um intervalo de tempo, e muitos produtores não utilizam esse período para o plantio de nenhum outro produto. O mais recomendável, nesse caso, é que se semeie alguma outra cultura para melhorar a cobertura do solo e possibilitar que ele fique menos descoberto”, ressalta Danilo.
De acordo com Danilo, duas culturas importantes na região dos Campos Gerais para serem semeadas entre o plantio da soja e do trigo é a de milheto e trigo mourisco. “Quando o solo não fica descoberto, a terra fica mais úmida e há menos estragos, adensamentos e compactações. O que é importante ressaltar é que é preciso cuidar não apenas da cobertura do solo, mas, também se preocupar em introduzir espécies que promovam incremento de matéria orgânica ao solo, através da decomposição das raízes”, sustenta o agrônomo.
A manutenção da palhada é outra ação importante destacada por Danilo, já que o material possibilita uma maior umidade do solo e a regulação da temperatura. A palhada é formada pelos resíduos vegetais que ficam no solo, após a colheita da lavoura anterior. Ou seja, é uma forma de cobertura. Um termômetro infravermelho possibilita comparar a temperatura dos locais protegidos por palhada dos que não possuem cobertura.
Conforme o agrônomo do ‘Grãos Sustentáveis’ na região, as indicações sobre o enfrentamento da estiagem são repassadas aos agricultores durante as visitas e os trabalhos realizados pelo IDR, na região dos Campos Gerais. O projeto realiza ações de extensão rural visando a sustentabilidade do sistema produtivo de grãos, através da geração de renda, adoção das boas práticas agrícolas e a oferta de alimentos seguros. Entre as principais estratégias de trabalho estão o manejo integrado de pragas (MIP) e manejo integrado de doenças (MID). As ações são voltadas geralmente ao assistencialismo aos produtores da agricultura familiar.
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