As despesas com alimentos e bebidas foram as principais responsáveis pela inflação oficial do mês de outubro no Brasil, que totalizou 0,86% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6). Os produtos com maior índice de inflação foram o tomate (18,6%); o óleo de soja (17,4%); a batata-inglesa (17%); e o arroz (13,3%).
No mês de outubro os alimentos que mais tiveram oscilação no preço pago pelo consumidor foram o tomate, que teve alta de 18,6%, enquanto estava com o acúmulo de 11,7% em setembro; as frutas, que tiveram queda de -1,5% no valor; e a batata inglesa, que mesmo estando inflacionada, registrou uma queda de -6,3%, com relação a setembro.
Além do tomate e da batata inglesa, outros alimentos tiveram grande oscilação no preço pago pelo consumidor final, como as frutas (-1,5%); cebola (-12,5%); cenoura (-6,3%) e o alho (-2,6%). Com o resultado de outubro, o IPCA acumula taxas de inflação de 2,2% no ano e de 3,9% em 12 meses. A taxa registrada no período é a maior para um mês de outubro, desde 2002, que alcançou um índice de 1,3%.
De acordo com o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Do Abastecimento (Seab), a diferença de preços pode ser explicada pelo fato de os produtos perecíveis oscilarem bastante conforme a oferta e a demanda.
“No caso do tomate, ainda este mês deve começar a colheita, o que provavelmente estabilizará os preços. Já a cebola e o alho estão em fase de colheita e provavelmente por isso tiveram redução de preços”, destaca Vantroba”.
Como está a situação no Paraná?
O Campos Gerais Rural analisou o levantamento de preços divulgado mensalmente pelo Deral, para comparar os valores cobrados no varejo por determinado produto. Para a análise foram considerados os preços do arroz, óleo de soja, tomate, batata, cebola, cenoura e alho, ou seja, os mesmos que apresentaram oscilações de preço constatadas pelo IPCA, a nível nacional.
ARROZ: Apesar da diminuição no preço entre outubro e setembro no Brasil, no Paraná, a realidade se mostrou diferente, conforme os dados do Deral, coletados em forma de preço médio do estado. O produto ficou 12,4% mais caro em outubro, comparado a setembro; e 76,3% comparado a outubro do ano passado, o que culminou no maior preço cobrado do consumidor durante o ano de 2020. Neste ano, o preço médio estava a R$ 26,29. Em setembro do mesmo ano, o valor no varejo estava a R$ 23,38 e em outubro de 2019, o mesmo produto estava a R$ 14,91.
ÓLEO DE SOJA: O produto também teve o maior preço cobrado no ano em outubro, conforme os dados do Deral. De R$ 5,74 em setembro, o óleo de soja passou R$ 6,85 de um mês para o outro, o que representa um aumento de 19,3%. Em outubro de 2019, 900 ml custava R$ 3,39, o que indica que em 12 meses o preço aumentou em 102%.
“Com o óleo de soja ocorreu forte demanda da matéria prima [soja em grão] por outros países, principalmente a China, provocando uma forte elevação nos preços e, por consequência, o crescimento dos preços internamente. Com relação ao arroz acredita-se que o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 elevou o consumo das famílias. Outro ponto é também a baixa rentabilidade dos produtores de arroz nos anos anteriores, desestimulando o plantio por parte dos produtores. Com a redução do auxílio emergencial e com o plantio maior da próxima safra, os preços deverão se estabilizar”, sustenta o economista do Deral, Luiz Vantroba.
TOMATE: Também registrou o maior preço cobrado no ano, no varejo, com o valor estipulado em R$ 4,94 o quilo em outubro. Em setembro, o número era R$ 4,20, o que denota um aumento de 17% de um mês para o outro. Em outubro de 2019, o valor médio era de R$ 3,86. Em 12 meses, houve um aumento de 27,9% no preço cobrado pelo produto.
BATATA: Em setembro, o produto teve uma queda e chegou a custar R$ 1,77 no mercado varejista. Já em outubro, o preço voltou a subir e fechou com uma média de R$ 3,86 no Paraná. Em relação a outubro de 2019, o crescimento do preço pago pelo consumidor ficou em 23,7%, já que a hortaliça do tipo tubérculo custava R$ 3,12.
CEBOLA: Queda de -19% no preço médio registrado em outubro deste ano. O caule era vendido a um preço médio de R$ 2,50 no estado, enquanto que em setembro custava R$ 3,12. Com relação ao mesmo período de 2019, também houve diminuição de -18,4% no preço. No décimo mês de 2019, o produto custava R$ 3,06, conforme o Deral.
CENOURA: Também ficou mais barata em outubro do que em setembro e comparada a outubro de 2019. Com um preço médio estadual de R$ 2,83, houve uma diminuição de -6,9% de um mês para o outro e de 7,8% comparado ao valor que era vendida há 12 meses.
ALHO: O produto pôde ser encontrado em outubro com o preço mais em conta registrado no ano, custando R$ 2,05 o quilo. O valor representa uma diminuição de -14% do que o que era cobrado em setembro e de -12% em outubro de 2019.
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