Com o plantio da soja expandindo no Paraná, é necessário que os produtores fiquem alertas com a ferrugem asiática, doença capaz de provocar perdas de até 90% da produtividade do grão. Para auxiliar os agricultores na detecção e controle da doença, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) conta com o projeto Grãos Sustentáveis. Neste ano, na região de Ponta Grossa, as cidades de Arapoti, Sengés e Reserva contarão com coletores, que identificam a presença de esporos da ferrugem asiática nas unidades de produtores parceiros.
De acordo com o engenheiro agrônomo e assessor do projeto Grãos Sustentáveis na região de Ponta Grossa, Danilo Augusto Scharr, não há registros de perdas significativas na produtividade da soja na região dos Campos Gerais por conta da doença, mas, é importante detectar a presença de esporo da ferrugem para evitar a proliferação da doença.
“No ano passado observamos que o esporo da ferrugem chegou cedo aqui na região, porém, devido às condições climáticas, não houve manifestação da doença. Contudo, é importante ressaltar que saber se há a presença do esporo na localidade já acende o sinal de alerta para o produtor, que se tiver condição climática para a doença, ele pode fazer o manejo mais adequado”, ressalta Danilo.
De acordo com o engenheiro agrônomo, caso o coletor não aponte a presença de esporos, o produtor pode esperar mais tempo para fazer o controle químico. “O agricultor avalia: ‘há condições para a doença se proliferar? Se sim, o recomendável é a aplicação preventiva de insumos, como os fungicidas, mas, se não há, por exemplo, uma condição climática para a doença, o produtor pode ficar mais tranquilo e aguardar o momento certo para aplicar os produtos químicos. Isso lhe garantirá mais economia e menos impactos ambientais. Por isso a importância de verificar a probabilidade da incidência da doença ou não”, destaca Danilo.
Conforme o assessor do projeto ‘Grãos Sustentáveis’ na região de Ponta Grossa, os erros de manejo e as condições climáticas são os principais fatores determinantes para o acometimento da doença na soja. Nesse caso, as frentes frias são os fenômenos mais propícios para a vinda dos esporos, já que favorece o deslocamento do fungo.
De acordo com o IDR, para controlar e prevenir a doença, as melhores ações a serem realizadas são: cumprir o vazio sanitário de pelo menos 60 dias sem o plantio de soja; utilizar cultivares com genes de resistência; realizar semeadura no início da época recomendada; e realizar o controle químico com fungicidas. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Os sintomas incluem pequenas pontuações verde-claro a amarelo-claro, que se tornam marrom-claro.
O IDR disponibiliza uma plataforma em que é possível verificar a incidência de esporos em determinada região. Para acessar, clique aqui.
Grãos Sustentáveis
O projeto Grãos Sustentáveis realiza ações de extensão rural visando a sustentabilidade do sistema produtivo de grãos, através da geração de renda, adoção das boas práticas agrícolas e a oferta de alimentos seguro. Um dos intuitos é preservar os recursos naturais e a qualidade produtiva dos solos. Entre as principais estratégias de trabalho estão o manejo integrado de pragas (MIP) e manejo integrado de doenças (MID). As ações são voltadas geralmente ao assistencialismo aos produtores da agricultura familiar.
Neste ano, um outro serviço disponível para averiguar os fatores que colaboram com a incidência da ferrugem asiática é o aplicativo IAPAR Clima. A ferramenta traz em tempo real as condições agrometeorológicas em todo o estado. A plataforma está disponível no Play Store e na App Store.
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