O plantio de soja na região de Ponta Grossa triplicou comparado há 15 dias. Até o momento, 45% da área total esperada recebeu a semeadura do grão. Nos primeiros 15 dias de outubro, esse número representava menos de 15%. É o que aponta os dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (Seab). No Paraná, a área semeada representa 61% do total.
De acordo com o economista Luiz Alberto Vantroba, do Deral, a expectativa é que, com a chuva que ocorreu na quinta (29) e na sexta-feira (30), o total da área plantada se expanda na região.
“O estado do Paraná possui regiões que plantam antes a soja, por serem regiões mais quentes. Na região de Ponta Grossa, o resultado está dentro do previsto, talvez o plantio esteja um pouco atrasado devido às irregularidades da chuva. Mas, com a precipitação de ontem [quinta-feira], o número deve normalizar. Até o momento a germinação está ocorrendo bem e a previsão da colheita se mantém. Agora, é esperar que as chuvas se mantenham regulares”, afirma o economista.
Cenário sob a visão dos agricultores
O agricultor Jonas Oliveira, morador da Colônia Trindade no distrito de Uvaia em Ponta Grossa, é um dos que terminou o plantio de soja em sua propriedade. De acordo com Jonas, a semeadura foi realizada em duas fases diferentes. “Há sete dias eu terminei de plantar tudo o que estava previsto para a minha área. Como eu já tinha feito uma parte da plantação antes, há soja que já nasceu e outra que ainda está germinando. Eu aproveitei as chuvas deste mês, mesmo que poucas, para realizar o plantio. Como minha área é de 30 hectares, eu já terminei o que tinha me programado”, diz Jonas.
Jonas afirma que está esperançoso com o preço atraente da soja atualmente, que está na faixa de R$ 165 a saca, mas, também ressalta preocupação com relação ao clima. “O preço atual é atraente, mas a previsão para a falta de chuvas não é algo bom. Na safra anterior, não cheguei a ter perca na produção, mas o lucro não foi tão favorável”, ressalta o agricultor.
O agricultor Mário Nadolny, morador do distrito de Guaragi em Ponta Grossa, é outro produtor de soja. Mário alega que realizou parte da plantação, e que outra parcela, que chega próxima dos 30% do total, deve ser semeada na próxima semana, após a ocorrência de chuvas na região.
“Na minha propriedade tenho cerca de 100 hectares já plantados. Falta ainda uma parcela. Estou esperançoso quanto a safra, porque o preço da saca está vantajoso e tenho buscado variedades e tecnologias novas para aprimorar a minha produção. Um exemplo são os insumos, como os adubos, que venho buscando com bastantes ingredientes. Como a soja é o carro-chefe da minha produção, tento investir e nunca vendo de uma vez só, para gerar renda em vários períodos do ano”, destaca Mário.
Contexto estadual
No estado, o núcleo regional de Ponta Grossa é 2º com maior área estimada para a plantação da soja, com 560 mil hectares. A região fica atrás apenas da regional de Campo Mourão, que possui 690 mil hectares de área produtiva. No Paraná, a região de Francisco Beltrão é a que lidera no quantitativo de semeadura da soja no estado. Já foram plantados 92% da produção estimada. O núcleo de Irati é o que está com mais atraso no plantio, com apenas 15% do total de área esperada para as plantações.
A recomendação técnica do economista do Deral, Luiz Vantroba, é para que os produtores continuem fazendo o escalonamento do plantio, para que não fique concentrado totalmente na mesma época. “As adversidades climáticas nos mostram que é importante que a cultura da soja não seja inteiramente plantada em uma fase só. Se o grão for semeado em diversas fases, o risco de perca é menor”, sustenta o economista.
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