A utilização de óleos essenciais cresce ao redor do mundo. O setor de mercado pode atingir 400 mil toneladas até 2025, representando um crescimento médio anual de 8,6%. É o que indica o a pesquisa Research and Markets. Com a demanda ascendente no ramo alimentício, da saúde, estética e de cosméticos, os óleos essenciais podem gerar valor agregado ao agronegócio.
Os óleos essenciais são extraídos de plantas aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou uso de solventes. Frutas e demais vegetais são a base para a obtenção do produto. Exemplos são o eucalipto, citronela, orégano, laranja e hortelã. Como é o campo quem produz boa parte dessas plantas, seus cultivos podem ser benéficos ao produtor e agregar valor de mercado aos produtos, já que o uso por parte da população cresce cada vez mais.
O que diz a ciência
Pesquisas científicas têm comprovado que uma das eficácias dos óleos essenciais é a capacidade de serem alternativas na conservação de alimentos de produtos de origem animal. Isso porque eles possuem eugenol, que é capaz de matar as bactérias presentes nos insumos, principalmente em carnes, que são mais suscetíveis a contaminação bacteriana. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2007 e 2017 foram registrados 7.170 surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s).
Um dos estudos realizados sobre óleos essenciais é a dissertação de mestrado em Biologia Geral e Aplicada, de Lidiane Nunes Barbosa, publicada em 2010 pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). A pesquisa discute a propriedade antimicrobiana de óleos essenciais de plantas condimentares com potencial de uso como conservante em carne e hambúrguer bovino. Os óleos estudados foram os de orégano, tomilho, manjericão e manjerona em amostras de carne moída e hambúrguer bovino.
“De forma geral, embora todos os óleos tenham demonstrado atividade antimicrobiana nos ensaios com 3 horas de contato, o OE de manjerona foi o que apresentou melhor eficiência antimicrobiana enquanto o de manjericão foi o menos eficiente”, ressalta a pesquisa.
Um estudo internacional publicado na revista Science Direct também comparou a atividade antimicrobiana dos óleos essenciais de alecrim e cravo-da-índia sobre carne de frango crua mantida em refrigeração. A pesquisa demonstrou que a combinação prolonga o tempo de vida útil do alimento por até 6 dias.
Apesar de ser alternativa para a conservação de alimentos de origem animal, a ação dos óleos essenciais pode interferir nas propriedades dos produtos, como na cor, odor e sabor das carnes, por exemplo. É o que mostra uma pesquisa da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP). Esse desafio é um dos impostos para popularizar o uso dos óleos essenciais nesses tipos de alimentos, já que é necessário ganhar a aceitação do público consumidor.
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