O mês de outubro é reconhecido como o período de conscientização e prevenção conta o câncer de mama, doença que acomete mais de 1,3 bilhão de pessoas por ano no mundo. Como o tipo de câncer mais comum nas mulheres, as doenças mamárias também atingem animais, como é o caso da mastite bovina, doença que causa desconforto no animal e acarreta perdas na produtividade.
A mastite é uma das patologias que causa a redução da produção de leite de vacas, ocasiona a morte dos animais, e é a enfermidade mais comum em vacas leiteiras adultas, sendo responsável por 38% de toda morbidade, de acordo com um estudo publicado na Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça. Anualmente, três a cada dez vacas leiteiras são acometidas por inflamação aparente da glândula mamária.
De acordo com o mestre em Ciências Veterinárias e especialista em Reprodução de Bovinos, Marcos Aleixo, a mastite é a principal causa de perdas na produção e de descarte de gados. “A doença causa lesão no úbere, que é a glândula mamária, e alterações nas mamas, por conta do processo inflamatório, que ocasiona febre, dor e produção de pus. Isso faz com que haja a diminuição da produção de leite e, em alguns casos, a perda da glândula ou de parte dela, impedindo que o bovino volte a produzir leite novamente e podendo levá-lo até a morte. Como não há produção, muitos acabam descartando esses animais”, ressalta Marcos, que também é professor do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage) e médico veterinário da Prefeitura de Ponta Grossa.
Como acontece a mastite?
A infecção é causada pela entrada de microrganismos nas tetas, geralmente durante a ordenha. No caso do tipo contagioso, a transmissão acontece, principalmente, pela mão de ordenhadores e equipamentos contaminados após contato com outros animais infectados.
Há também a mastite ambiental, em que a principal fonte de bactérias é o próprio ambiente. Esses microrganismos são encontrados nos rebanhos, na água, fezes, materiais usados como cama e pele dos animais. “Normalmente, a contaminação é ambiental, por conta de equipamentos e instalações sujas, ou mal cuidados, e até mesmo pela falta de higiene do ordenhador”, sustenta o médico veterinário.
Segundo Marcos, a mastite é a doença mais comum relacionada à produção de leite e “atinge praticamente todas as propriedades”, já que os agentes causadores são diversos.
Prevenção e tratamento da mastite
Os cuidados para a prevenção e o tratamento em casos de incidência da doença são essenciais. No caso do tratamento, o meio mais eficaz é o uso de antibióticos.
Já em relação à prevenção, Marcos informa que a principal forma de combater a doença é a constante higienização, tanto do ambiente, quanto do próprio ordenhador. Por conta dos riscos, é fundamental a desinfecção das mamas após a ordenha, assim como a limpeza das mãos e equipamentos utilizados antes e após o procedimento. O monitoramento da saúde da glândula mamária também é importante para a detecção da doença, precocemente.
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