Situadas, muitas vezes, em trabalhos de campo e também com os afazeres domésticos, o contexto atual da mulher, produtora rural, é envolto por vários desafios. Hoje (15) comemora-se o Dia Internacional da Mulher Rural e é por isso que o assunto está em pauta no Campos Gerais Rural.
Conforme os dados do cadastro de produtores rurais da Prefeitura de Ponta Grossa, cerca de 1,3 mil agricultores ativos são cadastrados na cidade. Desse número, menos de 30% são mulheres. O dado revela a discrepância entre a presença de homens e mulheres no campo ainda é grande. A realidade brasileira também não é diferente. Conforme o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 18% das propriedades rurais do país são administradas por mulheres. 20% das terras possuem o casal como administradores em comum.
De acordo com a engenheira agrônoma da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Ponta Grossa, Graziela Tozetto, a falta de incentivo, renda e a sobrecarga de trabalho fazem parte da rotina de muitas agricultoras. “É visível um contexto de descapitalização, desmotivação, acúmulo de trabalho na casa, no campo, com os filhos. O que falta hoje em dia é um incentivo para que elas possam prosperar financeiramente também, até no sentido de serem pequenas empreendedoras”, diz a engenheira agrônoma.
Para auxiliar as mulheres rurais no processo de obtenção de renda, a agrônoma, que atua diretamente com as agricultoras do município, listou algumas dicas que podem ser colocadas em prática:
1) A participação em organizações. “As mulheres organizadas possuem maior poder de articulação e de estratégias do que atuando isoladamente. Uma associação, nesse sentido, seria uma alternativa”, ressalta Graziela.
2) A busca da autonomia para a produção e obtenção de renda.
3) A qualificação e trocas de experiências são fundamentais. “Há vários cursos disponíveis on-line e gratuitamente para quem deseja obter mais conhecimento sobre determinado processo. Hoje em dia, a qualificação é essencial para um negócio de sucesso. O compartilhamento de experiências e visitas técnicas também são importantes para a busca de novas ideias e soluções”, afirma a agrônoma.
4) Apostar nas vocações para a obtenção de renda. “Um dos exemplos disso é a transformação do produto para comercialização. Quem gosta da culinária pode aproveitar e fazer produtos derivados daqueles cultivados em suas propriedades. Por exemplo, com o milho, fazer bolos, salgados, pamonha etc. É preciso agregar valor ao produto”, sugere Graziela.
5) Traçar estratégias de pontos de comercialização. “É preciso verificar quais locais terão mais público, quais serão bons para possíveis parcerias, e quais serão ideais para o tipo de produto que se pretende vender. Pensar, por exemplo, em quais locais da cidade a venda de bolo seria vantajosa”, explica.
6) Procurar linhas de crédito compatíveis com a iniciativa.
7) Ter a inclusão digital e tecnológica como aliadas para a divulgação do negócio.
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