Hoje, o Nori está presente em diversos pratos brasileiros, como sushis, temakis, saladas e até moquecas.
O sushi faz parte da alimentação ancestral japonesa e que ao longo do tempo se estendeu à gastronomia contemporânea de todo o mundo. No Brasil, a culinária do país asiático começou a ser introduzida nos anos 1920 e o sushi passou a ser encontrado nos cardápios de alguns restaurantes voltados a imigrantes do Japão e familiares.
Aos poucos o prato caiu no gosto popular e passou a receber também elementos da cultura brasileira em sua composição. No entanto, um dos sushis mais clássicos e conhecidos em nosso país é do tipo ‘maki’, como o hossomaki e uramaki, peças que são enroladas, seja por dentro ou por fora, em uma folha de algas chamada Nori.
O Nori nada mais é que uma folha fina e seca realizada com a desidratação de algas comestíveis da espécie Porphyra (Alga Vermelhas), produzidas a partir de técnicas avançadas de agricultura em fazendas à beira do mar, através de redes suspensas na superfície da água. Com crescimento rápido, a Porphyna permite a primeira colheita com aproximadamente 45 dias, e uma mesma plantação pode render várias coletas, com intervalos médios de dez dias.
Para se tornar no formato mais comum em que conhecemos o Nori, as algas recolhidas passam por um processo para a geração de folhas secas e finas, com aproximadamente 18x20 centímetros e apenas três gramas de peso. Além do seu aproveitamento estético, as folhas de Nori possuem alto valor nutritivo, já que a alga é rica em cálcio, ferro, vitamina A, B e C e contém duas vezes mais proteína que algumas carnes. A maior parte das algas produzidas no mundo é do Japão, seguida da China.
A primeira referência à alga remete ao século VIII e no começo do seu uso o termo Nori servia para referenciar diferentes tipos de algas. Por ser um ingrediente típico e pertencente à cultura japonesa, as algas no país são classificadas a partir de um padrão de qualidade rigoroso, do mesmo modo que carnes e laticínios nos Estados Unidos.
Para se ter ideia do quanto o alimento é importante para o país, registros históricos apontam que antigamente os japoneses podiam pagar seus impostos ao imperador com a alga marinha e em outra situação, quando o país reconhecido como maior produtor da planta não conseguiu mais produzir, a falta do alimento alastrou desespero entre agricultores e a população japonesa. Depois da 2ª Guerra Mundial e inúmeros desastres naturais que combinaram uma grande poluição no Japão, o país ficou sem o consumo da planta por que nunca ninguém havia estudado sobre o ciclo de vida de uma alga e como seria a produção de novas plantas a partir do zero. Somente através dos estudos de uma pesquisadora inglesa que os cientistas japoneses conseguiram desenvolver métodos de semeação de algas marinhas com sucesso.
No Brasil, além de ser encontrado em sushis e temakis, o Nori está presente em saladas, ramens, acompanhando peixes crus, caldos, sopas e até mesmo em moquecas.
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